1941.038 – Bridle and Saddle (The Mayors)
Primeira aparição: | Astounding Science Fiction, Junho de 1942 |
Título em Português: | Os Prefeitos |
Publicação no Brasil: | Fundação (Aleph, 2019) |
Comentários: | Em seu livro semi-autobiográfico O Futuro Começou, Asimov diz o seguinte sobre este conto: “No dia 17 de novembro (…) foi submetida a Campbell, que a aceitou no mesmo dia – um recorde de velocidade. Além disso, era a história mais longa que já havia escrito – dezoito mil palavras – e, mesmo não tendo recebido nenhuma gratificação, o cheque de $180 foi o cheque de maior valor até então por mim recebido. (…) Agora, finalmente, eu tinha uma série de longas histórias em andamento, juntamente com minha série de contos “robô postônico”. Eu estava me sentindo muito bem.” |
Resenha: 40 anos se passaram desde a primeira aparição holográfica de Hari Seldon no capítulo anterior. Desde então, a degradação da civilização continuou se agravando. Aparentemente, apenas uma geração foi o suficiente para que o conhecimento científico (agora na mão de uns poucos, já que não é mais passado adiante) se tornasse algo misterioso e metafísico. Salvor Hardin, ainda prefeito de Terminus, se aproveita dessa ignorância para desenvolver uma religião em volta desse conhecimento que, como nos tempos bárbaros, volta a ser confundido com mágica, para exercer controle sobre os reinos a sua volta.
Apesar do vilão da história ser um pouco histriônico demais para o meu gosto, é interessante observar como Salvor Hardin vai movendo todas as peças do quebra-cabeça, ou melhor, do tabuleiro de Xadrez, para dar o cheque-mate final, sem ter que sacrificar nenhum peão – afinal de contas, como ele mesmo diz, “a violência é o último recurso do incompetente.”
Esse segmento é importante tanto para mostrar como os cálculos de Hari Seldon vão se confirmando, como também para estabelecer o conceito das “Crises Seldon” – momentos cruciais na história da humanidade onde somente um caminho é possível. Como um conto independente talvez pareça um pouco mais fraco, mas nós temos o benefício e a sorte de estarmos em 2020, ou seja, o que não falta são versões do livro para que possamos usufruir da obra em toda a sua plenitude – e este capítulo é essencial para a criação desse mundo.
Além disso, continuo achando os diálogos de Asimov acima da média, mesmo aqui, em uma obra bem do início de sua bibliografia. Não vamos esquecer que este viria a ser, quando compilado, apenas seu quarto livro, num total que passa dos 450!
Se eu estivesse comparando os contos de Fundação entre si, talvez este ganhasse um Asimov Amarelo. No entanto, minha avaliação não é tão técnica. É muito mais baseada em uma impressão, uma sensação que tenho ao ler ou ao reler os contos. Ganha um Asimov Verde, tanto pelos conceitos inovadores como pelos diálogos, mas sobretudo, pela importância deste segmento dentro de toda a obra e de como ele fica melhor a cada releitura.
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