1944.048 – Dead Hand (The General)

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Sinopse Sintética:

O ambicioso general Bel Riose, com o apoio de seu exército, lança uma campanha ousada contra a Fundação. Enquanto isso, o astuto comerciante Lathan Devers e o sábio Ducem Barr observam, sabendo que a verdadeira luta não é apenas militar, mas está enraizada nas forças invisíveis da psicohistória. Será que a genialidade de Riose poderá salvar o Império ou o futuro já está traçado, como previu Hari Seldon?

Ficha Técnica Simplificada:

Tipo de obra: novella (conto longo ou romance curto)
Primeira Aparição: Astounding Science Fiction Magazine, abril de 1945, páginas 6-60
Primeira Aparição em Livro: Foundation and Empire, 1952, Gnome Press
Publicações mais recentes no Brasil: Trilogia da Fundação (Aleph, 2019); Fundação (Aleph, 2020)
Título em Português: O General

Curiosidades

- O general Bel Riose é baseado no general romano Belisarius;
- O imperador Cleon II é baseado no imperador romano Justiniano I;
- Dead Hand ficou em segundo lugar entre os contos longos (novellas) nominados para o Prêmio Hugo Retroativo de 1946 (que premiou as obras publicadas em 1945 e foi entregue em 1996). Perdeu para A Revolução dos Bichos de George Orwell. Curiosamente O Mulo, que é a outra metade do livro Fundação e o Império, também concorreu no mesmo ano -- porém na categoria romance (novel), na qual foi o vencedor.
- O livro A Trilogia da Fundação, do qual este conto faz parte, ganhou o Prêmio Hugo em 1966 por melhor série de todos os tempos.
- A história do que teria sobrado do Império em Trantor e seu fim aparece no conto Trantor Falls (A Queda de Trantor), escrito por Harry Turtledove no livro-tributo Foundation's Friends. Ainda não li, não sei se é bom, mas fique tranquilo: não é cânone.
- As curiosidades acima foram retiradas da Wikipedia.

Algumas Frases Marcantes:

“Society is much more easily soothed than one's own conscience.”
“There's probably no one so easily bribed, but he lacks even the fundamental honesty of honorable corruption. He doesn't stay bribed; not for any sum.”

Resenha:

Este conto representa um marco na história da Saga da Fundação. Foi aqui que Asimov fez a transição do formato de contos relativamente curtos, publicados originalmente e inicialmente sem muita pretensão na revista Astounding Science Fiction (bem, talvez alguma pretensão) para textos mais longos a ponto de mudar a forma como seriam categorizados. Em outras palavras, enquanto o livro A Fundação foi compilado utilizando os 4 primeiros contos, ou short-stories (sendo que um, bem curtinho mesmo), para formatar A Fundação e o Império tiveram que dispor de um conto longo (já categorizado como novella) e um romance curto (comprido o suficiente para se enquadrar na categoria novel). Isso mostra duas coisas: primeiro a relevância que aquele universo criado por Asimov estava ganhando e, segundo, a segurança e a desenvoltura que ele estava adquirindo como escritor.

Aproveitando o gancho, vamos falar primeiro dos aspectos positivos:

O estilo Asimoviano de contar histórias através dos diálogos, com pouquíssima narração, se faz presente aqui de forma intensa e, considero, é o grande responsável pelo sucesso deste conto. Aqui são tratados temas complexos tanto na esfera política (ambições, traições e dissimulações, por exemplo) quanto na filosófica (o quanto um indivíduo pode ser capaz de interferir na História humana, a questão do livre arbítrio versus a psico-história de Hari Seldon). Além disso, mesmo com a discutível conclusão de que praticamente nada do que foi feito ou decidido teve qualquer impacto na resolução da crise, mesmo assim ficamos presos página após página acompanhando as conversas como se elas carregassem, de fato, o destino da humanidade.

Agora o negativo:

Para mim, o principal problema deste conto (não, não é o fato de sempre aparecer alguém acendendo um anacrônico cigarro a toda hora e me distrair da história – pô, Asimov, não poderia ter criado algum vício com uma carinha mais futurista?)… Então, para mim, o principal problema é que claramente Asimov se encontrava, aqui, em uma encruzilhada. A partir do que se conclui ao fim do conto, ele se coloca em uma posição difícil, onde qualquer conflito passou a ser não-existente, uma vez que fica demonstrado que nada pode ir contra a matemática de Seldon, ou seja, tudo é inevitável. Claramente ele não tinha para onde ir (apesar de não admitir, até onde sei) e, se não fosse Campbell, seu editor na Amazing Stories, dar uma sacudida drástica naquilo que era a base de toda a saga (e que Asimov relutou muito em aceitar), dificilmente a Saga da Fundação teria conquistado o status de obra-prima. Campbell entendia que era hora de nada mais, nada menos que invalidar de uma vez por todas aquilo que era a base de tudo até então: a psico-história e o plano de Hari Seldon. Ainda bem que Asimov o respeitava nas duas frentes: tanto como editor como escritor de ficção-científica – e saiu dali com um desafio à sua criatividade e também com a solução dos seus problemas. Fundação é o que é em função do TODO que, em retrospecto, valida a coisa toda. Mas até agora Asimov só havia explorado a superfície. O mergulho de verdade estava prestes a começar.

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