Resenha: Se você acompanha este blog, já sabe que os contos sobre robôs são os meus favoritos. E, como fã de Agatha Christie (assim como Asimov também o era), adoro um bom mistério. Aqui, Asimov está realizando uma tentativa de misturar os dois. No futuro, ele iria ainda escrever muitos contos bem melhores com puzzles para serem resolvidos, dando dicas e pistas ao longo do caminho, às vezes sendo mais feliz, às vezes, menos. Neste exemplo aqui, o mistério até que é interessante, mas os personagens Mike Donovan e Gregory Powell, a dupla de engenheiros especialistas em resolver pepinos de robôs, em minha opinião, acabam sofrendo com uma caracterização que os deixa com uma reputação muito aquém do que tínhamos deles antes de chegar aqui. Em outras palavras, na construção do mistério, Asimov acabou deixando-os muito idiotas, tanto em comportamento e na maneira como falam, como também sua abordagem na resolução do enigma — que, diga-se de passagem, também não é lá muito difícil de resolver. O saldo final acaba sendo prejudicado.

Mesmo após tudo isso que acabei de dizer, é preciso reconhecer que o conto continua sendo, mesmo após muitas releituras, muito agradável e divertido de revisitar. Uma leitura rápida, um sorriso nos lábios e uma sensação de rever velhos amigos. Não é nem de longe o melhor conto de robôs, nem é o melhor conto da dupla Mike Donovan e Gregory Powell, mas cumpre seu papel ao permitir a Asimov treinar algumas ferramentas detetivescas que veremos melhor aproveitadas no futuro.

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