Resenha: Apesar de ser uma continuação de um conto sério de ficção-científica especulativo, este aqui possui o propósito de obter efeito cômico e, na opinião deste humilde leitor, consegue com maestria. O que realmente funciona aqui é que tudo em Júpiter é exagerado, desde a pressão atmosférica até a força da gravidade, e isso acaba sendo alimento para imagens bizarras – lembrando que o exagero e o bizarro podem ser elementos de humor. A inversão da expectativa ao final, que também é uma das características do texto de humor, combinada com a seriedade da ameaça apresentada no primeiro conto, causa um alívio cômico irresistível. O texto fluido e os diálogos precisos são a cereja do bolo. A única coisa ruim é que, para obter o máximo efeito, o leitor realmente precisa conhecer o primeiro conto, do contrário não funciona tão bem. Campbell, quando rejeitou o conto para ser publicado na Astounding, escreveu um bilhete com a fórmula química de um elemento fedorento, o que demonstra o que ele achou da empreitada. Porém creio que esta seja uma pérola pouco conhecida, talvez em função de ser um conto de robô que funciona como segunda parte de um conto que não é sobre robôs, e portanto acaba sempre ficando de fora das principais coletâneas, por não conseguir se encaixar em nenhuma delas.