1941.037 – Runaround
Primeira aparição: | Astounding Science-Fiction, março de 1942, páginas 94-103. |
Também encontrado em: | The Complete Robot, The Asimov Chronicles, Hallucination Orbit, Machines that Think. |
Título em Português: | Rodeio / Brincadeira de Pegar / Brincando de Pique. |
Publicação no Brasil: | Eu, Robô (Aleph, 2014), Visões de Robô |
Comentários: | Se com Fundação Asimov reescreveu a História da Ficção-Científica, com este conto Asimov começou a reescrever os rumos da própria ciência humana. Pois é aqui que aparece pela primeira vez, de forma completa, as famosas 3 Leis da Robótica, que pavimentou o caminho não só para suas futuras histórias de robôs como também inspirou toda uma geração de cientistas. Asimov já tinha nos apresentado um vislumbre do que viriam a ser as Leis tanto no conto Robbie como no conto Liar!, mas aqui elas são, pela primeira vez, enunciadas formalmente pelos personagens, cunhando de uma vez por todas o seguinte conceito (que aqui recito de memória): 01 – Um Robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal; 02 – Um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei, que tem precedência; 03 – Um robô deve sempre proteger a sua própria existência, a não ser no caso em que entrem em conflito com a segunda ou primeira leis. Apesar de ainda estarmos longe de termos robôs com cérebros positrônicos exatamente como os imaginados por Asimov, os conceitos das 3 leis são quase que como um objetivo distante de todos os roboticistas, ou seja, todos estão almejando chegar em um ponto onde realmente as três leis possam ser programadas em um robô. |
Resenha: Importância histórica a parte, vamos deixar claro logo de cara que esse conto é muito bom. A ideia de Asimov ao criar as três leis não era revolucionar a ciência, mas criar uma premissa que servisse como limitação aos personagens e que o desafiasse como escritor. Baseado nas Três Leis da Robótica Asimov escreveu dezenas de contos, explorando os meandros e os diferentes dilemas pelos quais poderiam passar os robôs do futuro. Não é a toa que uma de suas personagens mais famosas, a icônica Susan Calvin, seja uma Psicóloga de Robôs (!). A dinâmica desses contos traz histórias que nos propõem dilemas éticos em situações que, muitas vezes, nos parecem completamente sem saída. Afinal, nós também somos programados para agir e reagir de certa maneira em certas situações e a forma como resolvemos tais dilemas é que revela o verdadeiro caráter – aquilo que está por debaixo de toda essa programação. Mas e um robô, que não tem id, ego, superego, subconsciente, inconsciente ou o que mais queira – mas possui, tão-somente e em teoria, sua programação para guiá-lo? A busca dessa resposta parece ser a saga de Susan Calvin.
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